sábado, 24 de março de 2012

Dificuldades frequentes:
- Dislexia: é a dificuldade que aparece na leitura, impedindo o aluno de ser fluente, pois faz trocas ou omissões de letras, inverte sílabas, apresenta leitura lenta, dá pulos de linhas ao ler um texto, etc. Estudiosos afirmam que sua causa vem de fatores genéticos, mas nada foi comprovado pela medicina.
- Disgrafia: normalmente vem associada à dislexia, porque se o aluno faz trocas e inversões de letras conseqüentemente encontra dificuldade na escrita. Além disso, está associada a letras mal traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e desorganização ao produzir um texto.
- Discalculia: é a dificuldade para cálculos e números, de um modo geral os portadores não identificam os sinais das quatro operações e não sabem usá-los, não entendem enunciados de problemas, não conseguem quantificar ou fazer comparações, não entendem seqüências lógicas e outros. Esse problema é um dos mais sérios, porém ainda pouco conhecido.
- Dislalia: é a dificuldade na emissão da fala, apresenta pronúncia inadequada das palavras, com trocas de fonemas e sons errados, tornando-as confusas. Manifesta-se mais em pessoas com problemas no palato, flacidez na língua ou lábio leporino.
- Disortografia: é a dificuldade na linguagem escrita e também pode aparecer como conseqüência da dislexia. Suas principais características são: troca de grafemas, desmotivação para escrever, aglutinação ou separação indevida das palavras, falta de percepção e compreensão dos sinais de pontuação e acentuação.
- TDAH: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um problema de ordem neurológica, que traz consigo sinais evidentes de inquietude, desatenção, falta de concentração e impulsividade. Hoje em dia é muito comum vermos crianças e adolescentes sendo rotulados como DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção), porque apresentam alguma agitação, nervosismo e inquietação, fatores que podem advir de causas emocionais. É importante que esse diagnóstico seja feito por um médico e outros profissionais capacitados.
Pais, educadores, avós e todas as pessoas que convivem com as crianças podem ser os mais importantes no processo de identificação e descoberta desses problemas, porém não possuem formação específica para fazer tais diagnósticos, que devem ser feitos por médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos. O papel do professor se restringe em observar o aluno e auxiliar o seu processo de aprendizagem, tornando as aulas mais motivadas e dinâmicas, não rotulando o aluno, mas dando-lhe a oportunidade de descobrir suas potencialidades. ( fonte: Equipe Brasil Escola )

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Disgrafia e Disortografia

    
Definição

Disgrafia- dificuldade na aquisição da escrita
        É uma desordem resultante de um distúrbio de integração visual-motora. A criança disgráfica não é portadora de um defeito visual e tampouco motor, porém ela não consegue transmitir as informações visuais ao sistema motor, ou seja, ela vê o que quer escrever mas não consegue idealizar o plano motor. Em consequência, apresenta dificuldades em escrever ou copiar letras, palavras e números. A disgrafia, também chamada de “letra feia”, não está necessariamente associada a disortografia, isto é, podemos encontrar crianças disgráficas que não apresentam qualquer tipo de disortografia.

Disortografia- dificuldade na ortografia
        Caracteriza-se pela dificuldade na linguagem escrita expressiva, acarretando troca de grafemas, problemas de concordância, omissões e inversões grafêmicas. Geralmente, a criança disortográfica não consegue organizar seus pensamentos e expressá-los segundo regras gramaticais. Estudos revelam que a maiorias destas crianças utilizam os elementos lingüísticos em menor escala do que as crianças que não apresentam este quadro clínico.

Principais características
Disgrafia
        - Apresentação desordenada do texto,
        - Margens mal feitas ou inexistentes,
        - Espaços irregulares entre palavras,
        - Traçado de má qualidade,
        - Movimentos contrários da escrita convencional,
        - Separação inadequada das letras,
        - Ligações defeituosas de letras na palavra,
        - Direção da escrita oscilando para cima e para baixo,
        - Irregularidade no espaçamento das letras na palavra.

Disortografia
        - Confusão de letras tanto de origem auditiva quanto visual,
        - Confusão de sílabas com tonicidade semelhante (cantarão/cantaram),
        - Confusão de palavras com configuração semelhante (pato/pelo),
        - Dificuldade em pontuação,
        - Dificuldade na leitura,
        - Uso de palavras com o mesmo som por várias letras (azedo/asedo).
        Além dessas trocas, podem surgir dificuldades em recordar a sequência dos sons das palavras que são elaboradas mentalmente.
        Surge então:
                - Omissões: caxa / caixa
                - Adições: arvorere / árvore
                - Inversões: picoca / pipoca
                - Fragmentações: en contraram / encontraram
                - Junções: umdia omenino / um dia o menino
               -Contaminações (trocar a letra por uma próxima): brindadeira / brincadeira.

Considerações sobre a disortografia e a disgrafia nos quadros primários e secundários

Disgrafia primária: é quando o transtorno mais importante que a criança apresenta é a letra defeituosa, sem que existam causas que não sejam de tipo funcional ou maturativo.
Disgrafia secundária: é aquela que está condicionada por um componente condicional, pedagógico, neurológico ou sensorial e é uma manifestação sintomática de um transtorno de maior importância, e em que a letra “defeituosa” encontra-se condicionada pelo dito transtorno. Um exemplo muito frequente de disgrafias secundárias dá-se na Síndrome Hipercinética: a grande maioria das crianças hipercinéticas apresentam transtornos importantes da escrita. Em tais casos, a má letra vem condicionada pelos fatores psicomotores alterados nessas crianças, bem como por fatores como impulsividade, transtornos da atenção, lentidão motora, transtornos do esquema corporal etc.

Disortografia primária: é a dificuldade de relacionar a linguagem escrita com a linguagem falada, ocasionando trocas, omissões e inversões grafêmicas, sem que estejam relacionadas a patologias.
Disortografia secundária: esta estaria relacionada a comprometimentos neurológicos ou sensoriais. Na maioria das vezes, a disortografia secundária poderá estar se apresentando de maneira mais acentuada que na primária. Um exemplo muito frequente de disortografia secundária ocorre na afasia, onde o indivíduo poderá apresentar agramatismo, agnosia visual e auditiva.

Considerações sobre a natureza do trabalho a ser feito com as disortografias e as disgrafias
        No trabalho com disgrafia tanto nos quadros primários quanto secundários, enfatiza-se aspectos como:
                - coordenação motora,  
                - percepção visual e auditiva,
                - dominância lateral,
               -conhecimento de noções espaciais, principalmente a distinção entre direita.
        Entretanto, o que estaria diferenciando-se no processo terapêutico seriam as estratégias abordadas, respeitando desta forma, a idade e o grau de dificuldade (patologia em questão) apresentado pelo paciente.
        Porém, no trabalho com disortografia enfatiza-se aspectos como:
                - percepção, discriminação e memorização visual e auditiva,
                - atenção e concentração,
                - estimulação de leitura e compreensão de texto,
                - organização do pensamento, para que o paciente possa expressá-lo segundo regras gramaticais.

Estratégias Pedagógicas e Fonoaudológicas nos casos de disortografia

Pedagógicas
        - Complete as palavras com b ou d:
                ___aleia                  ___edo
                ___inheiro               ___exiga
        - Escreva palavras conhecidas que comecem com f e v e separe as sílabas:
                Ex: vaca = va-ca
        - Escreva frases com as seguintes palavras:
                pato           banana            fada
                vela           tesoura          dado

Fonoaudiológicas
        - Discriminação auditiva:
                O terapeuta diz palavras que contenham os fonemas trabalhados e pede para que a criança as escreva embaixo de seu respectivo desenho.
        - Discriminação visual:
                Faça um círculo em volta da figura igual ao modelo: d
                        b  d  b  d  d  d  b  b  d  b 
                        d  d  b  d  b  b  d  d  b  b 
                        d  b  d  b  b  d  d  b  d  b 
                        b  d  d  b  b  d  b                             
 - Ordene as palavras e escreva as frases:
 menino  futebol  o  foi  jogar
 _____________________

 foi  Maria  sua  supermercado  com  ao  mãe
 ____________________________                                                                                                                                   

Vestido a  amarelo  comprou  menina  um  e  rosa  um
_______________________________     

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Dicas para estimulação de linguagem (fala)

ü  Aproveite os mais diversos momentos para conversar com a criança, fazendo uso de palavras simples e frases curtas.

ü  Sempre pronuncie corretamente as palavras, por meio de articulação precisa.

ü  Evite falar no diminutivo ou usar linguagem infantilizada.

ü  Estimule a comunicação da criança, solicitando que a mesma pronuncie, mesmo que incorretamente, tudo o que solicita ou verbaliza. Evite incentivar o uso de gestos indicativos na comunicação, ou seja, não pegue nenhum objeto sem que a criança tenha falado o nome. Ela deve sentir a necessidade de falar.

ü  O toque e o olhar são essenciais para o desenvolvimento da criança, valorize o contato com seu filho (a).

ü  Não reforce os erros da criança, achando “bonitinho” como ela fala.

ü  Aproveite as situações do dia-a-dia, como a hora do banho, do vestir, da alimentação, do lazer, do brincar e a hora de assistir televisão para estimular a comunicação da criança, dando, por exemplo, significado aos objetos, nomeando partes do corpo, atribuindo funções aos brinquedos etc.

ü   Não se esqueça: a criança aprende por meio de suas experiências em contato com o meio em que está inserida e o papel dos adultos é proporcioná-las.

ü  Durante o desenvolvimento de linguagem (fala), a criança necessita de outras pessoas ao seu redor que dominam a fala e que lhe servirão de modelos.

ü   Forneça pequenas ordens verbais simples para o seu filho (a) cumprir, por exemplo: dê tchau para vovó, pegue a bola etc.

ü  Devolva sempre o que a criança falou de maneira correta e em forma de frases, como por exemplo: a criança pediu ága (água), você diz: Você está com sede? Você quer água?

ü   Dê sempre oportunidade para a criança manifestar seus interesses e necessidades e desejos.

ü  Quando estiver conversando com a criança, esteja sempre no seu campo visual, ou seja, mantenha o contato olho no olho.

ü  Estimule os órgãos fonoarticulatórios (lábios, língua, bochechas) envolvidos no processo de fala por meio de vibração e estalo de  lábios e língua (de maneira lúdica: imitar som de carro, do cavalo etc) ou por meio de sons onomatopéicos (som do cachorro, do gato, do telefone, da cobra etc).

ü    Estimule a audição da criança por meio de brinquedos que produzam diferentes tipos de sons.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A importância dos jogos


Dependendo da abordagem e do preparo do profissional, o uso dos jogos em psicopedagogia é um recurso tanto para avaliação e como para intervenção em processos de aprendizagem. Numa abordagem que evita atacar o sintoma de frente, o lúdico é o recurso ideal pois promove a ativação dos recursos da criança sem ameaçá-la. 
Piaget afirma que "O jogo é um tipo de atividade particularmente poderosa para o exercício da vida social e da atividade construtiva da criança", você acrescentaria algo a esta afirmação?
Numa visão psicopedagógica que procura integrar os fatores cognitivos e afetivos que atuam nos níveis conscientes e inconscientes da conduta, não podemos deixar de lado a importância do símbolo que age com toda sua força integradora e auto-terapêutica no jogo, atividade simbólica por excelência. Abrir canais para o simbólico do inconsciente não é só promover a brincadeira de "faz de conta" ou o desenho. Qualquer jogo, mesmo os que envolvem regras ou uma atividade corporal, dá espaço para a imaginação, a fantasia e a projeção de conteúdos afetivos, mais ou menos conscientes, além, é claro, de toda a organização lógica que está ali implícita. O psicopedagogo não interpreta mas deve poder compreender as manifestações simbólicas e procurar adequar as atividades lúdicas às necessidades das crianças. 
Fonte:  Maria Célia Rabello Malta Campos  Site: psicopedagogiaonline

Alguns dos jogos que trabalhamos e a nossa sala de jogos e materiais pedagógicos





quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Aquisição da linguagem

           Aquisição da linguagem

A aquisição da linguagem é o processo pelo qual a criança aprende sua língua materna.
A linguagem é considerada a primeira forma de socialização da criança com o mundo e esta ocorre a partir do momento do nascimento, em que a criança inicia um caminho de aprendizado e desenvolvimento da fala e linguagem.
Sua primeira manifestação vocal acontece ao nascimento por meio do grito e posteriormente do choro, tomando a partir de então, contato com o mundo sonoro.
A medida que a criança vai se desenvolvendo, seu sistema sensorial se torna mais aprimorado alcançando um nível linguístico e cognitivo mais elevado.
Assim, podemos dar uma noção geral das fases do desenvolvimento da função auditiva e da linguagem por meio das informações abaixo. Porém, é importante não fixar idades para aquisição de habilidades e de sons, pois há grande variação no desenvolvimento das crianças (como fatores emocionais, ambientais e sócio-econômicos).
               
           
  Fases do desenvolvimento da função auditiva e da linguagem da criança

Idade: 0 a 3 meses
       -assusta-se com sons intensos.
         -começa o período do balbucio, emite alguns sons isolados.
        
Idade: 4 a 6 meses
        -começa a inibição dos comportamentos reflexos como reação dos sons.
         -localiza a fonte sonora em ambos os lados.
         -repete os próprios sons que produz, emite mais os sons que são reforçados em seu ambiente.

Idade: 7 a 9 meses
        -reage quando chamada.
         -localiza a fonte sonora lateralmente e abaixo do nível dos olhos, olhando primeiro para o lado e depois para baixo.
         -repete sons (sem significado) produzidos pelo adulto.

Idade: 10 a 12 meses
        -balança a cabeça para dizer não.
         -é capaz de localizar a fonte sonora diretamente para baixo.
         -emite as primeiras palavras sem significado.

Idade: 1 a 2 anos
        -localiza a fonte sonora em qualquer ângulo.
         -presta atenção em histórias.
         -identifica em si partes do corpo e utiliza seu próprio nome.
         -ao final desta fase já é capaz de construir frases como “quero água, quero papá”.
         -chama atenção para receber reposta verbal do adulto.

Idade: 2 a 3 anos
        -seleciona objetos de acordo com o tamanho.
         -responde perguntas e relata experiência utilizando de 4 a 5 palavras.
         -compreende histórias e atende ordens verbais complexas, como feche a porta e apague a luz.
         -surgem as noções temporais e de quantidade.

Idade: 3 a 4 anos
        -a criança já adquiriu a maioria dos sons, sendo capaz de produzi-los corretamente.
         -faz uso de pronomes, preposições, plural e passado.
        -fase do “porque?”.
-passa a compreender perguntas com por quê, como, quando etc.
         -conta até dez ou mais. Fala sobre figuras em livros ou sobre desenhos.
         -faz uso de frases mais complexas.

Idade: 4 a 5 anos
        -realiza ordens mais complexas.
         -pronuncia corretamente todos os sons. Usa sentenças completas e é compreendida por todas as pessoas.
         -expressa seus sentimentos.
         -compreende e segue um comando de dois níveis corretamente, como: pegue o guarda-chuva azul e coloque no armário da mamãe.
         -fala de coisas ausentes e usa palavras de ligação entre as frases (como mas, assim etc).
         -a linguagem da criança continua a progredir com o aumento da compreensão e das produções lingüísticas.



   Fases da aquisição dos sons

Como já comentamos é importante salientar que este quadro não é rígido e que a criança pode adquirir os sons um pouco antes ou depois dos períodos estimados, sem apresentar nenhuma alteração nesta aquisição.
     

Posição do fonema na palavra

    2 anos

    3 anos

    4 anos

   5 anos

Inicial
m, n, p, b, t, d, R
   k, g, f
       l, j
r, v, s, z, x
Medial
m, n, p, b
 d, k, g, f,      z, lh
   r, l, j, l
t, v, s, z, j
Final
Nenhum
 m, n, b, t, f, z
 p, d, k, g,            r, l, v
   s, x
Vogal
  i, a, u

     ó
   e, é, ô



Obs: Tabela baseada no quadro de aquisição do sistema fonêmico segundo Templin.